segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Tempo de ser família cristã

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

            No Domingo após o Natal, dentro da oitava, celebra-se a festa da Sagrada Família: Jesus, Maria e José. É o último domingo do ano civil. O tema família esteve presente nos últimos tempos nos noticiários devido à Assembleia Extraordinária e ao Sínodo dos Bispos sobre o tema. Enquanto aguardarmos o documento pós-sinodal rezamos pela família que, como recorda São João Paulo II, “é por onde passa o futuro da humanidade”. Celebrar esta solenidade na Oitava do Natal é contemplar o ideal de família que deve ter Jesus Cristo no centro de nossas casas.
            Deus quis manifestar-se aos homens integrado numa família humana. Ele quis nascer numa família, quis transformar a família num presépio vivo. Pode-se dizer que neste domingo celebramos o “Dia da Família”.
            A Palavra de Deus desta solenidade (Eclo. 3, 3-7. 14-17) lembra aos filhos o dever de honrarem pai e mãe, de socorrê-los e compadecer-se deles na velhice, ter piedade, ou seja, respeito e dedicação para com eles; isto é cumprimento da vontade de Deus.
            São Paulo, em Cl 3, 12-21, elenca as virtudes que devem reinar na família: sentimentos de compaixão, de bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportarem-se uns aos outros com amor, perdoar-se mutuamente. Revestir-se de caridade e ser agradecidos. Se a família não estiver alicerçada no amor cristão, será muito difícil a sua perseverança em harmonia e unidade de corações. Quando esse amor existe, tudo se supera, tudo se aceita; mas, se falta esse amor mútuo, tudo se faz sumamente pesado. E o único amor que perdura, não obstante os possíveis contrastes no seio da família, é aquele que tem o seu fundamento no amor de Deus.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O presente mais valioso para os filhos não são as coisas, mas o amor dos pais, diz o Papa

Ao receber esta manhã em audiência funcionários da Santa Sé e da Estado Cidade do Vaticano para a tradicional saudação natalina, o Papa Francisco os animou a “cuidar do seu matrimônio e dos seus filhos”, e recordou que “o presente mais valioso para os filhos não são as coisas, e sim o amor dos pais”.
O Santo Padre destacou que o Natal “nos oferece a bela ocasião de nos reencontrarmos e trocar felicitações”.
“Antes que nada desejo agradecer-lhes pelo seu trabalho, pelo empenho que põem para fazer as coisas bem, sempre, mesmo quando não há nenhum reconhecimento. Tantas vezes alguém faz algo bem e não é reconhecido”, disse.
Francisco agradeceu especialmente “àqueles entre vocês que há muitos anos fazem o mesmo tipo de trabalho, um trabalho frequentemente escondido, e procuram fazer as coisas como se deve”.
“Sabemos que isto é normal, é simplesmente fazer o próprio dever; mas sabemos também que para nós seres humanos não é fácil, não somos máquinas –graças a Deus! – e às vezes necessitamos um incentivo, ou mudar um pouco”.
O Papa pediu também perdão “pelos escândalos que houve no Vaticano”.
“Mas gostaria que sua atitude e a minha, especialmente nestes dias, seja sobre tudo aquela de rezar, rezar pelas pessoas envolvidas nestes escândalos, para que quem se equivocou se arrependa e possa reencontrar o justo caminho”, exortou.
Entretanto, Francisco considerou a coisa “mais importante” de sua mensagem seu pedido de “cuidar do seu matrimônio e dos seus filhos”.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Resgatam o bebê recém-nascido abandonado no presépio de uma igreja nos EUA

Um funcionário da manutenção encontrou e resgatou um bebê recém-nascido, ainda com o cordão umbilical, enrolado em uma toalha, que foi abandonado no presépio de uma paróquia em Nova Iorque (Estados Unidos).
José Moran, trabalha fazendo manutenção na paróquia Holy Child Jesus (Santo Menino Jesus) há três anos e foi quem encontrou o bebê por volta das 13h da última segunda-feira.
“Eu estava varrendo a Igreja, quando escutei o bebê chorando. Não prestei muito atenção, pois pensava que o menino estava acompanhado da sua mãe”, disse José à Daily News.
Continuou varrendo, enquanto o bebê permanecia chorando.
“Olhei ao meu redor e não vi ninguém. Isto me preocupou. Cheguei perto do presépio montado dentro da paróquia… e não pude acreditar! Havia um bebê enrolado em uma toalha. Ainda tinha o cordão umbilical e estava junto à imagem da Virgem Maria”, narrou o funcionário.
Moran indicou que os funcionários da paróquia tinham terminado de montar o presépio exatamente uma hora antes de encontrar o bebê. E disse: “Felizmente o deixaram em um lugar seguro e não o abandonaram em qualquer lugar”.
Após ser descoberto, o bebê foi levado ao Hospital Jamaica Center, onde foi levado a seção de cuidados infantis, enquanto a polícia tentava localizar a sua mãe.
“Deus intervém de maneiras misteriosas. A mãe do menor poderia estar passando por um momento difícil em sua vida. Ela encontrou este Presépio… este lugar vazio onde Jesus será colocado em poucas semanas… como um lar para seu filho”, manifestou o Pe. Christopher Heanue, um dos sacerdotes da Holy Child Jesus.
Por considerarem este acontecimento como uma surpresa prévia ao Natal, os fiéis chamaram o bebê de “Menino Jesus”.
O sacerdote adiantou que alguns paroquianos já manifestaram interesse em adotar o menino. Um dos paroquianos, apelidado João Batista, ofereceu-se para adotar o “Menino Jesus”.

Fonte: http://www.acidigital.com/noticias/resgatam-o-bebe-recem-nascido-abandonado-no-presepio-de-uma-igreja-nos-eua-35808/ 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A porta do acolhimento

CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Com essa reflexão chegamos ao limiar do Jubileu, que está próximo. Diante de nós está a porta, mas não somente a Porta Santa, outra: a grande porta da Misericórdia de Deus – e essa é uma porta bela! – , que acolhe o nosso arrependimento oferecendo a graça do seu perdão. A porta é generosamente aberta, é preciso um pouco de coragem da nossa parte para cruzar o limiar. Cada um de nós tem dentro de si coisas que pesam. Todos somos pecadores! Aproveitemos esse momento que vem e cruzemos o limiar dessa misericórdia de Deus que nunca se cansa de perdoar, nunca se cansa de nos esperar! Ele nos olha, está sempre próximo a nós. Coragem! Entremos por essa porta!
Do Sínodo dos Bispos, que celebramos no mês de outubro passado, todas as famílias, e toda a Igreja, receberam um grande encorajamento para se encontrarem no limiar dessa porta aberta. A Igreja foi encorajada a abrir as suas portas, para sair com o Senhor ao encontro dos filhos e filhas em caminho, às vezes incertos, às vezes perdidos, nestes tempos difíceis. As famílias cristãs, em particular, foram encorajadas a abrir a porta ao Senhor que espera para entrar, levando sua benção e sua amizade. E se a porta da misericórdia de Deus está sempre aberta, também as portas das nossas igrejas, das nossas comunidades, das nossas paróquias, das nossas instituições, das nossas dioceses, devem estar abertas, para que assim todos possam sair e levar essa misericórdia de Deus. O Jubileu significa a grande porta da misericórdia de Deus, mas também as pequenas portas das nossas igrejas abertas para deixar o Senhor entrar – ou tantas vezes sair o Senhor – prisioneiro das nossas estruturas, do nosso egoísmo e de tantas coisas.
O Senhor nunca força a porta: também Ele pede permissão para entrar. O Livro do Apocalipse diz: “Eu estou à porta e bato. Se alguém escuta a minha voz e me abre a porta, eu virei a ele, cearei com ele e ele comigo” (3, 20). Imaginemos o Senhor que bate à porta do nosso coração! E na última grande visão deste Livro do Apocalipse, assim se profetiza da Cidade de Deus: “As suas portas não se fecharão nunca durante o dia”, o que significa para sempre, porque “não haverá mais noite” (21, 25). Há lugares no mundo em que não se fecham as portas com chave, ainda há. Mas há tantos onde as portas blindadas se tornaram normais. Não devemos nos render à ideia de dever aplicar esse sistema a toda a nossa vida, à vida da família, da cidade, da sociedade. E tão menos à vida da Igreja. Seria terrível! Uma Igreja inospitaleira, assim como uma família fechada em si mesma mortifica o Evangelho e seca o mundo. Nada de portas blindadas na Igreja, nada! Tudo aberto!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Casais dirão 'sim' na Catedral

Aproximadamente 230 casais terão a oportunidade de dizerem o ‘sim’ em um casamento celebrado pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, no dia 5 de dezembro, na Catedral Metropolitana. É a primeira vez que acontece um casamento comunitário em nível arquidiocesano no Rio e com um grupo tão grande de casais. A média em geral é de até 40.
O projeto, chamado "Dia do Sim", faz parte de uma parceria da Arquidiocese do Rio com o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ) e a Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj). O objetivo é regularizar, de forma gratuita, a situação civil e religiosa de casais que já vivem juntos.
Segundo a coordenadora da ação, juíza Raquel de Oliveira, da 6ª Vara Cível do Fórum de Jacarepaguá, o intuito é dar continuidade à parceria com a arquidiocese e promover mais casamentos comunitários abrangendo as duas instâncias. Foi ela quem, em nome do TJ-RJ, procurou o bispo auxiliar Dom Paulo Cezar Costa para propor o projeto. Apesar de o Tribunal já fazer o casamento civil, percebeu-se que muitas pessoas tinham o sonho de se casar na Igreja.
"É uma forma de proporcionar às pessoas a plena cidadania. A demanda é grande, e queremos ajudá-las. É uma dívida do Estado e da Igreja para com elas", afirmou a juíza.
Para o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio Dom Paulo Cezar Costa, que organiza a parte religiosa, esta ação fortalece a instituição familiar em uma sociedade que passa por uma crise de valores.
"Uma união sem o matrimônio civil e religioso forma um laço frágil entre um homem e uma mulher. Quando essa união tem uma legalidade diante da lei e é um sacramento diante de Deus, ela se torna mais consistente para os cônjuges e para os filhos. A família é uma instituição fundamental para a sociedade", comentou o bispo.

Preparação
Ao longo deste ano, cerca de 40 juízes atenderam aos casais para a conversão da união estável em casamento civil. Nesse processo, é garantido aos cônjuges que a data oficial do casório, impressa na certidão, seja a mesma do início da convivência. A certidão será entregue no dia do matrimônio religioso.
“Com esse casamento, a Igreja favorece o amor do casal, a importância da família e a vivência da fé em todas as dimensões, principalmente na dimensão conjugal. Eu tenho encontrado, nas entrevistas que tenho feito, casais de fé que não se casaram principalmente por dois motivos: quando jovens não podiam pagar e agora têm vergonha de contar ao pároco que não são casados. Para se ter uma ideia, o casal mais velho que temos é de um senhor de 84 anos com uma senhora de 64”, afirmou o coordenador arquidiocesano de pastoral, monsenhor Joel Portella Amado, um dos organizadores. “A maioria das pessoas tem o sonho do casamento religioso. E para muitas esse sonho é bloqueado porque eles acham que casar na Igreja é caro. O que não é uma realidade”, concluiu.
No dia 14 de novembro, houve um encontro de preparação para que os casais pudessem entender a dinâmica do casamento comunitário, que é diferente de quando é feita com apenas um casal. Nesse dia haverá grupo de oração para preparo espiritual e um bazar: uma sala com todos os tipos de itens de vestuário utilizados em casamentos, alguns doados e outros que serão vendidos por lojas parceiras a um preço mais acessível.
Segundo monsenhor Joel, igrejas do Brasil inteiro estão sendo mobilizadas para o envio dos documentos necessários. E algumas das pessoas ainda não se casaram porque são imigrantes.
“São tantas histórias bonitas que ouvimos nas entrevistas que às vezes dá vontade de ficar só contemplando a história. E é um trabalho interessante porque estamos mobilizando muita gente por um único objetivo: facilitar essas uniões”, pontuou o sacerdote.

Fonte: Jornal Testemunho de Fé, pág. 7

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Aprovado relatório final da CPI do Aborto

Deputado Márcio Pacheco

A CPI do Aborto da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, no dia 28 de outubro, o relatório final do deputado Jânio Mendes (PDT), o qual investigou a prática de aborto no Estado, o comércio de medicamentos abortivos e as clinicas que realizam o procedimento. Ainda não tem data marcada para a pauta ser votada no plenário da casa.
O relatório foi aprovado por seis votos a favor, dosdeputados Iranildo Campos (PSD), Márcio Pacheco (PSC), Jânio Mendes, Márcia Jeovani (PR), Thiago Mohamed (PMDB) e Doutor Deodalto (PTN); e um contra, do deputado Paulo Ramos (PSOL).
A polêmica em torno do relatório foi devida à inclusão da obrigatoriedade de os hospitais notificarem à polícia todos os casos de aborto que eles atenderem, até mesmo os permitidos por lei ou os espontâneos.
Para o vice-presidente da CPI, o deputado estadual Márcio Pacheco, a importância do relatório foi uma “vitória porque marca um posicionamento no Estado em relação à defesa da vida das crianças e das mães”.
O deputado definiu como cartel o comércio da prática do aborto no estado, o que, segundo o relatório, inclui médicos e policiais civis. “Não podemos permitir que policiais e servidores públicos se envolvam em uma matança como essa”, afirmou ele. O Conselho Federal de Medicina, segundo o deputado, foi acionado para cassar o CRM dos médicos investigados.
“Não tenho dúvida de que essa luta vai muito além de uma questão religiosa, passa a ser um direito a ser alcançado. Enquanto o aborto for crime em nosso país, vamos continuar lutando para que as pessoas que financiam isso sejam penalizadas”, declarou o parlamentar.
O aborto no país é crime, com pena mínima prevista de um ano de detenção e máxima de até três anos. As únicas exceções são em casos de caso de estupro, risco de vida para a mulher ou feto com anencefalia.

Objetivos da CPI
Segundo o bispo animador da Pastoral Familiar – Dom Antonio Augusto Dias Duarte, formado em medicina – além de ser um crime previsto no Código Penal, a prática do aborto clandestino é antiética por parte dos profissionais da saúde, e a prática deve ser punida.
Ele explicou que o objetivo principal da CPI não foi culpabilizar as mulheres e, sim, encontrar recursos para eliminar esse tipo de crime, tão prejudicial, principalmente para as que recorrem ao aborto.
“O que houve não foi uma votação para discutir quem estava contra ou a favor do aborto. A conclusão a que se chegou é de que há pessoas que cometem um crime previsto no Código Penal e que é contra a ética médica. Mesmo assim, essas pessoas continuam atuando, exercendo essa antimedicina, e causando males muitas vezes irreversíveis na vida das pessoas, sendo o pior deles a morte”, explicou o bispo.
A proposta a partir do relatório final da CPI é que, tendo como base as notificações feitas à polícia, tanto de abortos espontâneos quanto de abortos provocados, possa ser feita uma pesquisa para definir as estatísticas desse crime no estado. Dessa forma, ficará mais fácil atuar para combatê-lo.
“Meu parecer é de que essa CPI agiu com retidão, com justiça, e em momento nenhum teve ou tem a intenção de criminalizar mulheres”, ressaltou Dom Antonio. “O importante aqui é que o Ministério Público e a polícia possam ter uma noção do número para tomar medidas que visem conter esse crime. Com relação às mulheres, a Igreja se coloca também no lugar de mãe para acolhê-las. Já em sua encíclica ‘Evangelho da Vida’, de 1995, São João Paulo II defendia que as menos culpadas do aborto são as mulheres. Portanto essas medidas não visam penalizá-las”, concluiu.
Para ele, um dos resultados obtidos através da definição das estatísticas do crime será a derrubada do consenso de que se fazem milhões de abortos no Brasil. Porque, ele afirmou, isso não é verdade e uma estatística real vai mostrar isso.

Foto: Divulgação/ALERJ

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/3802/aprovado-relatorio-final-da-cpi-do-aborto
  

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Família é lugar onde se treina o perdão recíproco, diz Papa

Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
A Assembleia do Sínodo dos Bispos, que se concluiu há pouco, refletiu a fundo a vocação e a missão da família na vida da Igreja e da sociedade contemporânea. Foi um evento de graça. Ao término, os padres sinodais me entregaram o texto de suas conclusões. Quis que esse texto fosse publicado para que todos participassem do trabalho em que nos viram empenhados juntos por dois anos. Esse não é o momento de examinar tais conclusões, sobre as quais devo eu mesmo meditar.
Nesse meio de tempo, porém, a vida não para, em particular a vida das famílias não para! Vocês, queridas famílias, estão sempre em caminho. E continuamente escrevem já nas páginas da vida concreta a beleza do Evangelho da família. Em um mundo que às vezes se torna árido de vida e de amor, a cada dia vocês falam do grande dom que são o matrimônio e a família.
Hoje gostaria de destacar esse aspecto: que a família é um grande ginásio de treinamento ao dom e ao perdão recíproco sem o qual nenhum amor pode durar muito. Sem se doar e sem se perdoar o amor não permanece. Na oração que Ele mesmo nos ensinou – isso é, o Pai Nosso – Jesus nos faz pedir ao Pai: “Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”. E no fim comenta: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, vosso Pai celeste também vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai vos perdoará” (Mt 6, 12. 14-15). Não se pode viver sem se perdoar, ou ao menos não se pode viver bem, especialmente em família. Todo dia cometemos erros uns com os outros. Devemos levar em conta esses erros, devidos à nossa fragilidade e ao nosso egoísmo. O que porém é pedido a nós é curar logo as feridas que nos fazem, tecer de novo imediatamente os fios que se rompem na família. Se esperamos muito, tudo se torna mais difícil. E há um segredo simples para curar as feridas e para rejeitar as acusações. É isso: não deixar terminar o dia sem pedir desculpa, sem fazer as pazes entre marido e mulher, entre pais e filhos, entre irmãos e irmãs…entre nora e sogra! Se aprendemos a pedir desculpas logo e a nos doarmos o recíproco perdão, curamos as feridas, o matrimônio se fortalece e a família se torna uma casa sempre mais sólida, que resiste aos choques das nossas pequenas e grandes maldades. E por isso não é necessário fazer um grande discurso, mas é suficiente um carinho: um carinho e terminou tudo e se recomeça. Mas não terminar o dia em guerra!

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Congresso Arquidiocesano da Pastoral Familiar 2015

O Congresso da Pastoral Familiar, realizado no dia 17 de outubro, na sede da Arquidiocese do Rio, na Glória, contou com a presença de 180 agentes que trabalham na defesa e promoção do valor do matrimônio e da família. Na programação, houve três palestras relacionadas com a temática da família, concluindo com a celebração eucarística, presidida pelo bispo auxiliar e animador da dimensão familiar, Dom Antônio Augusto Dias Duarte.

SUCESSO NAS RELAÇÕES FAMILIARES 
“Sucesso não é dinheiro, nem posição social. Sucesso é você se sentir realizado. Nossa vida é feita de pilares: a espiritualidade, o casamento, os filhos, a carreira, as finanças, os amigos. Quando um deles balança, a construção até pode se manter de pé. Mas se vários pilares começam a se desgastar, a construção pode ruir. E essa construção é a nossa vida!”
Foi o que explicou a especialista em neurociência Katiane Vieira, de Florianópolis, Santa Catarina, na sua palestra “Sucesso nas relações familiares – na linha da sucessologia”. Ela também é fundadora do Instituto Mestria (www.katianevieira.com.br).
“O amor tem uma base cientifica que é a confiança, ensina a neurociência. Isso se estabelece em qualquer relação. A família é amor e o amor é uma junção de muitos sentimentos. A essência do casamento não é o romantismo, mas o companheirismo, a cumplicidade e a união.”
“No dia a dia”, continuou Katiane, “o estresse por causa do trabalho, do trânsito e de outras situações da vida pode diminuir a comunicação, o carinho, o zelo, e o essencial dos relacionamentos pode se perder. Pesquisas recentes mostram que o cotidiano é responsável por 83% das separações”.

O segredo do sucesso nos relacionamentos
1. Estabelecer objetivos – Nosso cérebro funciona bem quando se tem objetivos, um foco.
2. Tenha uma estratégia – Para atingir um objetivo é preciso planejar como chegar até ele. Quando se quer, com vontade firme, sempre haverá um jeito.
3. Comunicação efetiva – Funciona com a voz, mas também com expressões, gestos, olhares. Ela é crucial no relacionamento. Um exemplo bem prático é o uso da palavra ‘não’. O cérebro não registra o negativo, só o positivo. É preciso explicitar o que se quer, para gerar os impulsos cerebrais que se precisa alcançar. E até na forma de falar também é preciso cuidado. A mesma mensagem, cada um vai interpretar de uma forma. O segredo é perguntar, pedir esclarecimentos e dar esclarecimentos! Estamos sendo claros? Ninguém tem bola de cristal. Homens e mulheres têm visões e formas diferentes de organização cerebral. Mesmo nos relacionamentos com muito tempo, não se pode presumir que o outro saiba.
4. Dê o melhor de si – Na doação mútua, especialmente quando se fala no relacionamento marido e mulher, o que exige muita confiança.
5. Cultivar momentos em família – É uma estratégia preciosa de cultivo da proximidade. A família é única. Não vamos ter outra. Precisamos cultivar esse bem precioso. Estabelecer momentos para conversar, ver os objetivos, partilhar os problemas e discutir as soluções. Na família tudo se combina. Manter a união é fundamental!

Educar para a Vida
“O grande perigo na educação dos filhos é o cuidado com as atitudes que as crianças veem em nós. A educação das crianças exige sacrifícios. Abdicar do nosso descanso para dar atenção às crianças é a tarefa mais difícil, mas também a mais importante.”
“Dentro de casa,” explicou Katiane, “temos como fazer escolhas, mas o que os filhos veem e vivem fora de casa? A criança precisa sentir que você está ali para ela”.
“Outro passo é falar com clareza. Com a criança, então, mais ainda! A criança ainda está formando seus mapas mentais, formando seus valores e crenças. Explicar a razão, o porquê de se fazer as coisas, ajuda demais. Entender a razão para a ordem ajuda a criança a desenvolver valores internos de conduta de comportamento, ou seja, ela cria consciência”.
“Outro ponto prático,” continuou Katiane, “é desaprovar a conduta da criança. A infância é a fase em que vamos formando as nossas crenças. Uma ‘criança má’ é uma desaprovação da criança, e isto é péssimo para a autoestima. Ela nunca se sentirá capaz de fazer nada de bom. ‘Isso é errado’ - assim educamos mostrando que a conduta é errada. Educar é dar limites e as crianças precisam aprender que regras são regras”.
“Não podemos abrir mão,” insistiu Katiane. “Se damos atenção, sacrifício e dedicação, as crianças são capazes de compreender a sabedoria por trás das regras. Por exemplo: ‘Você tem que dormir cedo, porque amanhã é dia de colégio e a escola é muito importante para a educação de vocês’. Usando comunicação assertiva, sempre.”
“O valor dos exemplos não pode ser subestimado. A criança está sempre nos observando, aprendendo e avaliando. Só é possível educar o outro a partir daquilo que você é, e em que acredita. É importante eu me conhecer, para poder saber a geração que eu quero formar.”
Na conclusão, Katiane disse que quem já tem os filhos grandes ainda tem chance. Errar é humano, e o mais importante é aprender com os erros.
“Seja qual for a idade do seu filho. Fale sobre como você se sente com relação a ele e fale, principalmente, sobre o seu propósito de querer saber dele em que você errou. Mostre que você quer ser melhor e peça para ele te ajudar nessa tarefa. Sempre há tempo! E o tempo é hoje!”

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Canonização dos pais de Santa Teresinha

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

Neste Domingo das Missões e dentro do momento em que se vive em Roma o Sínodo sobre a Família, o Papa Francisco canoniza 4 beatos, entre os quais os pais de Santa Teresinha.
Luís Martin (1823-1894) e Zélia Guérin (1831-1877) foram declarados bem-aventurados em 19 de outubro de 2008. A razão não foi por serem os pais de Santa Teresinha, mas por que se empenharam totalmente em fazer a vontade de Deus em qualquer situação de suas vidas. Luís e Zélia, com suas vidas, nos ensinam que a santidade é caminho para a esposa, o marido, os filhos, os colegas de trabalho e para a sexualidade. O santo não é um super-homem, mas um homem verdadeiro. Dentro do contexto da Terceira Assembleia Geral do Sínodo das Famílias, o Papa Francisco apresenta os pais de Santa Teresinha como modelos de santidade a serem seguidos pelas famílias hodiernas.
Se tanto amamos Teresinha de Lisieux, se tanto nos encanta sua santidade, devemos dizer que ela é também fruto de seus pais, um casal que vivia o amor de Deus tanto na alegria como nas tristezas. As muitas cartas deixadas por Zélia dão testemunho deste colocar-se inteiramente nas mãos de Deus.
“Eu amo loucamente as crianças e nasci para ter filhos”, dizia Zélia. Mas, contraditoriamente, esse lar não era para existir. Aos 20 anos, Luís esteve na Suíça para aprender o ofício de relojoeiro. Dirigiu-se ao Eremitério de São Bernardo, dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, querendo ser monge. O Prior foi direto em não aceitá-lo e uma das razões era por ele não conhecer o latim. Luís retorna a Alençon e se dedica à oficina de conserto de relógios.
Já Zélia Guérin desejava ser admitida entre as Irmãs de São Vicente de Paulo, em Alençon. A Superiora não vê nela sinal de vocação. Decide, então, aprender artes domésticas de bordados e confecções, abrindo pequeno negócio em Alençon e indo de casa em casa à procura de fregueses.
Luís vive ardente espiritualidade alimentada no seio das Conferências de São Vicente de Paulo, onde pôde se inserir no trabalho social e cristão. As circunstâncias o levaram a conhecer Zélia Guérin, jovem de face diáfana e de sorriso doce e misterioso. Os dois se encontram e meses depois se casam, em 13 de julho de 1858. Zélia está com 27 anos e inicia com Luís um amor sólido e durável. Entre 1860 e 1873 nascem nove filhos, dos quais quatro morrem pouco depois do nascimento: Helena, José, João Batista e Melânia Teresa.
Constituíam um casal típico da pequena burguesia francesa do século XIX. Levam uma vida ordinária, é verdade, mas Deus ocupa um lugar especial em sua vida pessoal e comunitária. Diariamente frequentavam a Missa da manhã: Deus antes de tudo! A filha Celina escreveu, mais tarde: “Quando papai comungava, ele permanecia em silêncio na volta para casa”. “Continuo a conversar com Nosso Senhor”, dizia. No meio das tristezas pela perda dos filhos, “tudo aceitamos na serenidade e no abandono à vontade de Deus”. Oração em família duas vezes ao dia, ao toque do Ângelus ao meio-dia e às 18h. Natal, Quaresma, Páscoa, os meses marianos de maio e outubro, o 15 de agosto ocupam um lugar central em sua vida, tocando profundamente suas filhas. Essa espiritualidade conjugal e familiar não os isolou dos outros, pelo contrário, reforçou sua atenção a todos: domésticas, conhecidos, vizinhos.
A casa dos Martin era casa de caridade. Luís recolhe um epiléptico na rua e cuida de assisti-lo. Não hesita em convidar à mesa os mendigos encontrados na rua. Visita os anciãos. Ensina às filhas a honrar o pobre e a tratá-lo como um igual. Teresa será a mais sensibilizada por esse exemplo. Podemos afirmar que a doutrina da “pequena via” que fez de Teresinha Doutora da Igreja nasce do exemplo da vida de Luís e Zélia. Em seus escritos, Santa Teresinha mais vezes dirá: “O bom Deus deu-me um pai e uma mãe mais dignos do Céu que da terra”.
Luís e Zélia educavam suas filhas para que fossem santas. O desejo de santidade que ali se vivia impregnava toda a vida familiar. A santidade se manifesta nas etapas vividas pelo casal, etapas tão semelhantes às de um casal atual: casamento tardio, trabalho, dupla jornada de Zélia entre a casa e a loja, ambos assumem a educação das filhas. Foram consumidos por doenças contemporâneas: o câncer de Zélia e a doença neuropsiquiátrica de Luís. Atravessam a guerra de 1870 entre França e Alemanha, as crises econômicas, o drama da morte de Zélia em 1877. Sozinho, Luís deve criar e educar suas cinco filhas: Maria, Paulina, Leônia, Celina e Teresa.
Luís e Zélia vivem o sofrimento, cada um a seu modo. Em dezembro de 1864 Zélia descobre um câncer impossível de ser operado, que não lhe oferece nenhuma chance de cura. Zélia aceita a morte com coragem heroica, trabalhando até a véspera, a cada manhã participando da Missa. Sua força era a existência das cinco filhas. Em agosto de 1877 seus seios são amputados. Preocupa-se, sobretudo, por Leônia, meio doentinha. Carrega a cruz por 12 anos, até a morte aos 46 anos, em 28 de agosto de 1877.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Sínodo dos Bispos sobre a Família inicia última semana de trabalhos

Na última semana da 14ª Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família, o papa Francisco iniciou as atividades com missa na Casa Santa Marta, hoje, 19. Na reflexão, falou diretamente às famílias para que não busquem apego aos bens materiais.
“Pensemos nas muitas famílias que conhecemos que brigaram, não se saúdam, se odeiam por causa de herança. Este é um dos casos. O mais importante não é o amor pela família, o amor pelos filhos, pelos irmãos, pelos pais, não, mas o dinheiro. Isso destrói”, pontuou o papa.
Francisco lembrou que “Jesus não condena a riqueza, mas o apego à riqueza que divide as famílias e provoca as guerras”.

Trabalhos no Sínodo 
Em entrevista à Rádio Vaticano, o arcebispo de São Paulo (SP), cardeal Odilo Scherer, apresentou questões abordadas durante as Congregações Gerais e os Círculos Menores, nas semanas anteriores. O bispo explica que a missão do Sínodo é envolver a Igreja inteira na busca das respostas aos questionamentos feitos sobre o casamento e a família na Igreja e na sociedade contemporânea.
Sobre as diferenças de opiniões entre os padres sinodais no que diz respeito à comunhão aos recasados, dom Odilo comenta que é resultado dos diferentes ambientes eclesiais, culturais, sociais e religiosos dos participantes da Assembleia. 
A diferença no modo de pensar não é necessariamente um problema, mas pode ser uma riqueza; ela ajuda a perceber melhor os vários aspectos da questão. E o Sínodo não deve necessariamente ‘contornar’ as diferentes visões, mas fazer o discernimento sobre a verdade e a vontade de Deus, que se busca através da reflexão de todos os participantes. De todo modo, o Sínodo é consultivo e não decisório”, comenta o cardeal. 

Orientações pastorais
Nos últimos dias de trabalhos do Sínodo, o cardeal Odilo expressa a expectativa de uma renovada valorização do casamento e da família; interesse da pastoral da Igreja em relação à família, especialmente em relação aos jovens e para as situações de dor e sofrimento vividas por numerosas famílias. “Penso também que a família deverá ser mais valorizada como um sujeito social, econômico e político na sociedade. Penso que haverá uma valorização especial dos elementos bons já existentes nas famílias incompletas e irregulares”. 
Ao final da Assembleia e com a decisão do papa Francisco, poderá ser publicado um “documento sinodal”. O texto final apresentará o resultado dos trabalhos, não sendo um documento definitivo. 

CNBB com informações da Rádio Vaticano. 

Fonte: http://www.cnbb.org.br/imprensa/internacional/417-sinodo-dos-bispos-sobre-a-familia/17488-sinodo-dos-bispos-sobre-a-familia-inicia-ultima-semana-de-trabalhos.html

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Francisco: para a Igreja, "a família é a Constituição"

Enquanto dentro do Vaticano se realiza o Sínodo dos Bispos com o tema “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”, o Papa encontrou-se na Praça São Pedro com os peregrinos nesta quarta-feira, 7 de outubro e fez uma catequese sobre o “espírito familiar”. 
Francisco iniciou afirmando que a família que percorre o caminho do Senhor é um testemunho fundamental do amor de Deus e consequentemente, merece toda a dedicação da Igreja. Neste sentido, a Assembleia Sinodal iniciada no último domingo, 4 de outubro, deve interpretar com o olhar de hoje a solicitude e a atenção da Igreja. 
Para Francisco, os homens e as mulheres de hoje necessitam de uma ‘injeção de espírito’ de família. O estilo dos relacionamentos atuais – civis, econômicos, jurídicos, profissionais e de cidadania – é racional, formal, organizado... em poucas palavras ‘desidratado’, árido, anônimo. Às vezes, estas relações tornam-se insuportáveis porque relegam à solidão e ao ‘descarte’ um número sempre maior de pessoas. 
Diante de uma cultura que não reconhece e pouco apoia as pessoas em suas diferentes relações sociais, a família abre uma perspectiva mais humana: é nela, e a partir dela, que se estabelecem vínculos de fidelidade, sinceridade, cooperação e confiança. 

Base sólida
Na família, os filhos abrem os olhos para a vida, aprendem que as relações humanas devem edificar-se sobre a aliança livre do amor, assimilam a necessidade de tecer laços de fidelidade, sinceridade, confiança e cooperação e respeito, sobretudo pelos mais necessitados. 
“Ensina-se a honrar a palavra, a respeitar cada pessoa e compreender seus limites. A família favorece uma atenção insubstituível aos membros mais vulneráveis, feridos e devastados em suas vidas”. 
Por isso, concluiu o Papa, “rezemos pelos Padres Sinodais, para que, iluminados pelo Espírito Santo, possam dar à Igreja, como família de Deus, novo impulso para lançar as suas redes que libertam os homens da indiferença e do abandono, promovendo o espírito familiar no mundo”.
Nas saudações finais, o Papa cumprimentou os agentes poloneses da Cáritas local e os religiosos e religiosas que desempenham a pastoral dos migrantes poloneses. Ainda neste campo, Francisco deu as boas-vindas ao grupo de refugiados iraquianos que estava na Praça. E enfim, saudou o Arcebispo Vincenzo Paglia e seus colaboradores, agradecendo-os pela organização do VIII Encontro Mundial de Famílias, realizado em Filadélfia há poucas semanas.
Com cordialidade, Francisco também se dirigiu os anglicanos, incluindo uma dezena de pastoras e bispas da Comunhão Anglicana, presentes na Praça. 
Participaram desta audiência geral aproximadamente 30 mil pessoas. 

Assista a um resumo da Audiência em nosso canal VaticanBR.

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/3692/francisco-para-a-igreja-a-familia-e-a-constituicao

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Bebê de 4 meses é o participante mais novo do Sínodo

O participante mais jovem do Sínodo tem apenas quatro meses, seu nome é Davide.
O bebê é o caçula de Patrizia e Massimo, uma família italiana de 12 filhos. Ao chegar para o Sínodo, o casal “estacionou” o carrinho na Sala do Sínodo e, durante os trabalhos sinodais, o bebê ficou o tempo inteiro no colo da mãe. Com a chupeta na boca, e o Papa no fundo da Sala, sua foto foi o símbolo do primeiro dia do Sínodo.
Os pais são romanos (provêm da paróquia São Luís Gonzaga, no bairro Parioli), mas desde 2004 estão em missão na Holanda, na Diocese de Roermond, em Maastricht, com o Caminho Neocatecumenal. Davide é o caçula de 12 irmãos, seis meninos e seis meninas. O mais velho tem 19 anos.
Entre as famílias do Sínodo estão também os mexicanos Gertrudiz Clara Rubio de Galindo e André Salvador Galindo Lopez, com dois filhos e quatro netos. Participando como auditores, eles partilharam com os padres sinodais sua experiência e dificuldades econômicas após perderem o emprego. Contaram também o engajamento na pastoral familiar depois de uma peregrinação ao Santuário mariano de Guadalupe. O casal hoje é secretário-executivo da Comissão para a Família da Conferência Episcopal Mexicana.
Do Brasil, participam como auditores o casal Ketty Abaroa de Rezende e Pedro Jussieu de Rezende, docentes na Universidade Estadual de Campinas.

Foto: L’Osservatore Romano

Fonte: http://noticias.cancaonova.com/bebe-de-4-meses-e-o-participante-mais-novo-do-sinodo/

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Papa inaugura Sínodo da família: A Igreja seja ponte, não barreira

Com uma celebração eucarística na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco inaugurou na manhã deste domingo, 4 de outubro, a XIV Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que tem por tema a família.
A Missa foi concelebrada pelos 270 padres sinodais, que a partir desta segunda-feira vão debater “A vocação e a missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”.
Em sua homilia, o Pontífice comentou as leituras do dia, “que parecem escolhidas de propósito” para o evento que a Igreja se prepara a viver e estão centradas em três argumentos: o drama da solidão, o amor entre homem-mulher e a família.

Solidão
Na primeira Leitura, Adão vivia no paraíso e sentia-se só. A solidão, disse o Papa, “é um drama que ainda hoje aflige muitos homens e mulheres”, e citou os idosos, os viúvos, homens e mulheres deixados pela sua esposa e pelo marido, migrantes e refugiados que escapam de guerras e perseguições; e tantos jovens vítimas da cultura do consumismo e do descarte.
Francisco denunciou o paradoxo do mundo globalizado, "onde há tantas habitações de luxo, mas o calor da casa e da família é cada vez menor; muitos projetos ambiciosos, mas pouco tempo para desfrutá-los; muitos meios sofisticados de diversão, mas um vazio cada vez mais profundo no coração; tantos prazeres, mas pouco amor; tanta liberdade, mas pouca autonomia... Aumenta cada vez mais o número das pessoas que se fecham na escravidão do prazer e do deus-dinheiro".
O Papa constatou ainda que há pouca seriedade em levar avante uma relação sólida e fecunda de amor. Cada vez mais o amor duradouro e fiel é objeto de zombaria e olhado como se fosse uma antiguidade. Parece que as sociedades mais avançadas sejam precisamente aquelas que têm o índice mais baixo de natalidade e o índice maior de abortos, de divórcios, de suicídios e de poluição ambiental e social.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Papa: O amor exprime-se em pequenas coisas, que fazem com que a vida tenha sabor de casa

            "O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida tenha sempre sabor de casa". Com um forte apelo para nos abrirmos  “aos milagres de amor”, que superam o “amor mesquinho e desconfiado, fechado em si mesmo”, e à realização dos pequenos gestos cotidianos de amor, o Papa Francisco presidiu a missa conclusiva do VIII Encontro Mundial das Famílias e também desta que foi sua 10ª viagem apostólica internacional.
            Diante de milhares de fieis reunidos no Parque Benjamim Franklin, na Filadélfia, e inspirado na “linguagem alegórica forte” que nos interpela e nas “imagens vigorosas que questionam as nossas reflexões”, propostas pelas leituras do dia, o Santo Padre chamou a atenção para a hostilidade das pessoas que não aceitavam aquilo que Jesus fazia e dizia. Para elas “a abertura de Jesus à fé honesta e sincera de muitas pessoas, que não faziam parte do povo eleito de Deus, parecia intolerável”. Mas a liberdade com que Deus agia - “ultrapassando a burocracia, o oficial e os círculos restritos” - levava ao risco de escandalizar mesmo os discípulos que agiam de boa fé ao tentar proteger as regras - pois “ameaça a autenticidade da fé e por isto deve ser vigorosamente rejeitada”.
            Para Jesus, no entanto, “o escândalo intolerável, consiste em tudo aquilo que destrói e corrompe a nossa confiança no modo de agir do Espírito”. “Deus, nosso Pai – disse o Papa – não se deixa vencer em generosidade" e “semeia a sua presença no mundo”, “somos procurados por ele, ele está à nossa espera. É esta confiança que leva o discípulo a estimular, acompanhar e fazer crescer todas as boas iniciativas que existem ao seu redor”:
            “Deus quer que todos os seus filhos tomem parte na festa do Evangelho. Não ponhais obstáculo ao que é bom – diz Jesus –, antes pelo contrário, ajudai-o a crescer. Pôr em dúvida a obra do Espírito, dar a impressão de que a mesma não tem nada a ver com aqueles que não são «do nosso grupo», que não são «como nós», é uma tentação perigosa. Não só bloqueia a conversão à fé, mas constitui uma perversão da fé”.
            O Papa reitera que a fé “abre a janela à presença operante do Espírito e demonstra-nos que a santidade, tal como a felicidade, está sempre ligada aos pequenos gestos”:
            “São gestos mínimos, que uma pessoa aprende em casa; gestos de família que se perdem no anonimato da vida diária, mas que fazem cada dia diferente do outro. São gestos de mãe, de avó, de pai, de avô, de filho. São gestos de ternura, de afeto, de compaixão. Gestos como o prato quente de quem espera para jantar, como o café da manhã de quem sabe acompanhar o levantar na alvorada. São gestos familiares. É a bênção antes de dormir, e o abraço ao regressar duma jornada de trabalho. O amor exprime-se em pequenas coisas, na atenção aos detalhes de cada dia que fazem com que a vida tenha sempre sabor de casa”.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Em Cuba, Papa Francisco encerra viagem com discurso para as famílias

Em último dia de sua passagem por Cuba, Papa Francisco enalteceu a família como escola da humanidade 

            Em seu último dia de visita pastoral a Cuba, o Papa Francisco se encontrou com as famílias cubanas na Catedral de Nossa Senhora da Assunção, nesta terça, 22, na cidade de Santiago. Em seu discurso, o Pontífice agradeceu o acolhimento que recebeu em sua passagem pelo arquipélago, enaltecendo que se sentiu em casa durante estes dias.
            “Concluir a minha visita vivendo este encontro em família é motivo para agradecer a Deus pelo ‘calor’ que brota de gente que sabe receber, que sabe acolher, que sabe fazer sentir-se em casa. Obrigado!”, disse Francisco.
            Papa Francisco iniciou o seu discurso agradecendo a coragem de um casal que testemunhou para todos os presentes “os seus anseios e esforços para viver no lar como uma ‘Igreja doméstica’”.
             “A comunidade cristã designa as famílias pelo nome de igrejas domésticas, porque é no calor do lar onde a fé permeia cada canto, ilumina cada espaço, constrói comunidade; porque foi em momentos assim que as pessoas começaram a descobrir o amor concreto e operante de Deus”, explicou o Papa.
            Utilizando-se do Evangelho de São João na passagem bíblica das bodas de Caná, e também a relação de amizade de Jesus com Lázaro, Marta e Maria, o Santo Padre exemplificou sobre a importância do ambiente familiar e das relações de amor e afeto que se formam.
            “Jesus escolhe estes momentos para nos mostrar o amor de Deus, Jesus escolhe estes espaços para entrar nas nossas casas e ajudar-nos a descobrir o Espírito vivo e atuante nas nossas realidades cotidianas. É em casa onde aprendemos a fraternidade, a solidariedade, o não ser prepotentes. É em casa onde aprendemos a receber e agradecer a vida como uma bênção, e aprendemos que cada um precisa dos outros para seguir em frente. É em casa onde experimentamos o perdão, e somos continuamente convidados a perdoar, a deixarmo-nos transformar. Em casa, não há lugar para ‘máscaras': somos aquilo que somos e, de uma forma ou de outra, somos convidados a procurar o melhor para os outros”, ressaltou o Papa.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Celeridade nos processos matrimoniais

D. Orani João Tempesta
Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro

A Sala de Imprensa da Santa Sé, no dia 08 de setembro, apresentou dois novos documentos pontifícios (Motu Proprio) que dizem respeito claramente aos processos de nulidade matrimonial.
As alterações constam nos dois documentos “Mitis Iudex Dominus Iesus” (Senhor Jesus, manso juiz) e “Mitis et misericors Iesus” (Jesus, manso e misericordioso), ele contém as indicações para a reforma do processo de declaração de nulidade matrimonial e alteram o Código de Direito Canônico promulgado em 1983 por São João Paulo II e o Código de Cânones das Igrejas Orientais promulgado pelo mesmo santo em 22 de fevereiro de 1991.
De uma leitura do documento eu me deterei no que se refere ao Código de Direito Canônico (ou seja para a Igreja Latina): depreende-se de que o Santo Padre Francisco quer valorizar o papel do Bispo Diocesano como o supremo juiz em sua Igreja Particular, conforme doutrina do Concílio Vaticano II. Em se tratando de causas matrimoniais, em que a demanda é sempre muito grande, a grande novidade agora é que o casamento, quando se chega a certeza moral de que este é nulo, poderá ser declarado apenas por uma só sentença favorável para a nulidade executiva. Até o presente momento eram necessárias duas sentenças conformes, ou seja, iguais de nulidade, de primeiro e de segundo grau, ou de primeiro e de terceiro grau ou de segundo e de terceiro grau. Agora não será mais necessária a decisão de dois tribunais. Com a certeza moral do primeiro juiz (colegial ou monocrático), o matrimônio será declarado nulo.
A grande inovação que o Santo Padre nos presenteou é na inovação de juízo único. O que significa isso? Significa que um Juiz, no caso o próprio Bispo Diocesano, ou outro delegado por este, que é a única autoridade judiciária dentro de sua Diocese, poderá chegar a certeza moral da nulidade matrimonial. O bispo diocesano, via de regra, delega o seu poder judiciário para o vigário judicial. Este é aquele que faz as suas vezes, e em matéria judicial, o vigário do bispo é o seu vigário judicial. No exercício pastoral da própria “autoridade judicial”, o Bispo deverá assegurar que não haja atenuações ou abrandamentos. Isso é para que o processo esteja sob a responsabilidade do Bispo facilitando a celeridade do andamento processual, em que o processo seja mais ágil, porque justiça retardada é justiça negada na Igreja e em todos os âmbitos judiciários.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Semana Nacional da Família 2015: Abertos à vida!

Entre os dias 9 e 15 de agosto a Igreja no Brasil realizou a Semana Nacional da Família e para marcar este momento, o Portal da Arquidiocese preparou um especial que abordou a vocação de cada membro da família com o objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Neste sábado, 15 de agosto, Michele Lima Alves e Marcelo Fontes partilharam sobre a necessidade de estarmos abertos à vida. Em dezembro nasce Maria Clara, primeira filha do casal. 

Semana Nacional da Família 2015: Abertos à vida!
Quando nos casamos sabíamos que tínhamos o coração voltado para o mesmo sonho: formar uma família! Obedecer a ordem do Senhor quando Ele nos pediu para crescer e multiplicar. Então, este sempre foi nosso objetivo: trazer ao mundo mais adoradores para o nosso Deus.
Ao completarmos 2 anos de casados, percebemos que era o momento, e em março deste ano engravidamos.
Com a intercessão de Nossa Senhora da Anunciação, a pequena Maria Clara foi gerada, e estamos a cada dia mais ansiosos por sua chegada. Já se passaram 5 meses de alegrias, descobertas e também incertezas, mas Deus nos mostra o Seu amor e nos ensina que Ele tem cuidado de nós e de nossa filha. São sonhos lindos e a confiança de que o Senhor proverá em tudo, nos sustenta.
Em dezembro, mês do nascimento de Jesus, vamos preparar nossa manjedoura para receber nossa menina e começar a aventura de ser família. Família firmada na rocha que é Cristo!
Agradecemos a Deus por realizar o milagre da vida em nós e pedimos a Ele que nos dê a direção para educar o coração da Maria Clara nos caminhos do Senhor.

A paz de Cristo!

Foto: Divulgação

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/3479/semana-nacional-da-familia-2015-abertos-a-vida

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Semana Nacional da Família 2015: “Dificuldades e alegrias da formação humana e cristã dos filhos”

Entre os dias 9 e 15 de agosto a Igreja no Brasil realiza a Semana Nacional da Família e para marcar este momento, o Portal da Arquidiocese preparou um especial que irá abordar a vocação de cada membro da família com o objetivo de valorizar o ambiente familiar e o ser humano, além de incentivar à família a ser uma educadora dos valores da Igreja. Nesta segunda-feira, 10 de agosto, o especial tratou sobre as dificuldades e alegrias da formação humana e cristã dos filhos.

Dificuldades e alegrias da formação humana e cristã dos filhos
Somos Neite e Jorge Bertine, casados há 30 anos e pais de um casal de filhos: Camila com 21 anos e Jorge Augusto, com 14 anos.
Criados na religião católica, nosso propósito familiar sempre foi oferecer a nossos filhos uma educação humana e cristã que os fizesse conhecer e seguir Jesus Cristo.
Fomos agraciados com muitas alegrias no decorrer destes anos em que nossos filhos fazem parte da nossa família. Desde cedo foram apresentados à religião católica e ao longo de suas vidas foram recebendo os Sacramentos que a idade lhes permitia. Muito nos é gratificante vê-los participar com alegria dos diversos serviços na comunidade em que participamos: Santuário e Paróquia Nossa Senhora de Loreto, em Jacarepaguá.  Atualmente, Camila participa de um grupo de jovens e é membro do Setor Juventude da Paróquia. Jorge Augusto é coroinha e está fazendo a ICJA para receber o sacramento da Crisma.
Mas é claro, que também enfrentamos dificuldades para que eles se mantenham na educação humana e cristã que nos esforçamos para oferecer a eles. Algumas vezes somos indagados sobre tê-los tão participantes na vida da Igreja e pouco na “vida”. Enfrentam os comentários de estarem na contramão da modernidade e isto se torna um ponto importante para questionamentos da postura familiar.
Vê-los crescendo na fé e apresentando um comportamento de respeito à pessoa humana, faz-nos ter a certeza de que vale a pena continuar neste caminho.
Agradecemos ao Senhor a oportunidade de nos fazer viver e receber as graças necessárias para bem viver nossa vocação de pai e mãe.
Foto: Divulgação

Fonte: http://arqrio.org/noticias/detalhes/3458/semana-nacional-da-familia-2015-dificuldades-e-alegrias-da-formacao-humana-e-crista-dos-filhos